O Estatuto da Criança e do Adolescente caracteriza o período da adolescência entre os 12 e 18 anos de idade. Devido as alterações hormonais, essa se torna a fase de mudanças corporais mais visíveis. Em suma é uma fase de um conjunto de mudanças biológicas, psicológicas e sociais. 5n605c
Esse turbilhão de novidades acaba por mexer com a saúde mental dos indivíduos. Somado às questões sociais, de gênero, sexualidade e informação que se tornam mais intensas nessa fase de descobrimento, as relações familiares se tornam muito importantes para que essas pessoas se mantenham mentalmente saudáveis.
Tantas mudanças podem resultar em dificuldades para muitos adolescentes segundo a psicóloga clínica, Selma Rodarte: “as mudanças físicas podem levar a uma maior conscientização e autoconsciência do corpo. Durante a adolescência, os hormônios estão em pleno funcionamento o que pode levar a flutuações emocionais intensas que podem causar alterações de humor, irritabilidade, instabilidade emocional e impulsividade. É uma fase em que o indivíduo tenta descobrir quem é, onde se encaixa na sociedade. As mudanças físicas podem tornar essa busca por identidade ainda mais desafiadora e isso pode levar a conflitos internos, problemas de aceitação social e até problemas de identidade”, afirma.
Ela relata que as queixas mais comuns dessa faixa etária podem variar: “Adolescentes muitas vezes enfrentam questões relacionadas a ansiedade, estresse, depressão, baixa autoestima e dificuldades em lidar com emoções. Os relacionamentos interpessoais, questões com amigos e relacionamentos amorosos, conflitos familiares e problemas de comunicação são os mais comuns”.
Pressão social
Essa também foi uma dificuldade abordada pela psicóloga. Muitas vezes a pessoa entra em conflito por não se sentir parte de determinado grupo ou não se encaixar nos moldes que a sociedade impõe. “Os adolescentes podem sentir-se pressionados a se ajustar a padrões de aparência, comportamento e desempenho acadêmico impostos pela sociedade. Alguns podem se sentir inseguros sobre o seu corpo em desenvolvimento, comparando-se com outras pessoas ou com padrões de belezas irreais, o que pode levar a problemas de imagem corporal, baixa autoestima e até distúrbios alimentares”.
Selma frisa que nem todos os adolescentes sofrerão com problemas de saúde mental devido à essas mudanças: “É importante destacar que cada ser é único e suas reações ante mudanças físicas podem variar”.
Bullying
A LEI Nº 13.185, de 6 de novembro de 2015, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (bullying), caracteriza como bullying (tradução livre do inglês: intimidação) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Segundo a mesma lei, o ato se caracteriza quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda: ataques físicos, insultos pessoais, comentários sistemáticos e apelidos pejorativos, ameaças por quaisquer meios, expressões preconceituosas, isolamento social consciente e premeditado, pilhérias (piadas com intuito de ser engraçado).
A psicóloga conta que essa é mais uma questão entre os pacientes: “O bullying é uma preocupação comum entre eles, seja físico verbal ou online. Isso pode ter um impacto negativo significativo na saúde mental e emocional dos adolescentes”, enfatiza.
Transtornos mais comuns da faixa etária
Dentre os transtornos mais comuns observados entre os adolescentes, Selma lista Transtorno de ansiedade generalizada, Transtorno de pânico e transtorno de estresse pós-traumático, Transtornos alimentares, Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDH). “Esses transtornos são caracterizados por preocupação excessiva, medos irracionais, ataques de pânico, transtorno do humor como a depressão e transtorno bipolar”, discorre.
Sinais de alerta
Segundo a psicóloga, os sinais podem variar de pessoa para pessoa, mas que existe alguns indicadores em comum:
Como cuidar da saúde mental na adolescência
Selma fala sobre a importância da comunicação aberta e hábitos saudáveis nessa fase para manter a qualidade de vida e uma mente saudável: “Estabelecer uma rotina saudável, ter horários regulares para dormir, comer, estudar e se exercitar, evitar um pouco as telas e garantir que haja tempo para relaxar e se divertir é muito importante. Construir relacionamentos saudáveis com amigos e familiares. Buscar por pessoas que você possa abrir sobre seus sentimentos. Exercitar-se regularmente, adotar uma dieta equilibrada e dormir o suficiente também colaboram para a saúde da mente. Reserve um tempo para que você possa fazer as coisas que você gosta e que te deixam feliz. Isso inclui atividades criativas, música, leitura ou qualquer outra coisa que o ajude a relaxar e se sentir bem. O cuidado com o corpo pode ajudar a reduzir o estresse, melhorar o humor e aumentar a autoestima”, enfatiza.
A importância do apoio
Muitos fatores externos podem prejudicar e muito o desenvolvimento psicossocial do adolescente, visto que esses muitas vezes se chocam com suas percepções e anseios. Violência, questões econômicas, abusos físicos ou psicológicos, conflitos familiares, influência das mídias são alguns dos fatores que podem deixá-los suscetíveis a desordens emocionais.
Selma fala que a comunicação partida dos pais ou responsáveis é um dos caminhos para auxiliá-los nessas questões: “estabeleça uma comunicação aberta e honesta com o adolescente. Demonstre que está disposto a ouvi-lo e se importa com seus sentimentos e perspectivas. Sê disponível para conversa sinceras, sem julgamento ou críticas”, aconselha.
Além do debate, ela explica que é preciso reconhecer até onde ir para ajudar: “É preciso ser paciente e flexível. Evitar invadir o espaço pessoal como ler diários ou mensagens sem permissão do adolescente. Respeitar os limites dele e transmitir confiança mostra que você está ali para apoiá-lo independentemente da situação. Evite críticas excessivas. Em vez disso tente encontrar o equilíbrio entre oferecer o construtivo e incentivar suas habilidades e conquistas. Evite fazer comparações com outras pessoas, pois isso pode minimizar seus sentimentos e aumentar as frustrações”, recomenda.
Ela ainda ressalta a importância de o adolescente também tentar se comunicar para que consiga o apoio que precisa: “Pedir ajuda não é sinônimo de fraqueza. É muito importante começarmos uma relação com alguém. Relações são indispensáveis para o nosso bem-estar”, finaliza.
Há que se pensar que a sociedade também faz parte do desenvolvimento do indivíduo. Discussões notadas nas mídias sociais e até em alguns meios de comunicação são a luta incessante pela vida do bebê em desenvolvimento, ainda no ventre de sua mãe e o movimento barulhento em favor da redução da maioridade penal; quando a vida é de fato uma vida ou quando a liberdade deve ou não ser tolhida.
Entre o nascer e o se tornar adulto, existe uma fase importante, invisível, que muda toda a sociedade. Uma lacuna gigantesca que só é lembrada em meio a delírios e tragédias. Uma fase inexistente frente ao debate irracional que se estende e dele exclui todas as dificuldades que uma criança sofre após o nascimento. Além de tudo o que poderia ser feito pela formação do ser humano – como educação, saúde, políticas públicas que visem a assistência social para o bem-estar do indivíduo como um todo, o fortalecimento das relações familiares etc. – antes de se ter que pensar na idade correta para prisão.
Todo debate é saudável quando e se resulta em evolução pessoal e social.
Dados
Abaixo, fornecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), dados que demonstram o estado da saúde mental dos adolescentes:
Conheça a Campanha #FaçaSuaParte para apoiar a saúde mental.
e CVV (Centro de Valorização da Vida) para conseguir ajuda.
Saiba mais sobre a campanha Setembro Amarelo.
“SE PRECISAR, PEÇA AJUDA!”
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