Após completar um ano da vacinação contra Covid-19 em adultos no Brasil, eis que fica disponível a vacina também para o público infantil. As doses do imunizante pediátrico já foram distribuídas em todo o país e em Arcos a vacinação se inicia neste próximo sábado (22). 4d6652

Como é uma vacina nova e que será aplicada pela primeira vez, é normal que surjam muitas dúvidas por parte dos pais ou responsáveis. Então, para esclarecer essas dúvidas relacionadas a vacina infantil a reportagem do Portal Arcos entrevistou Ângela Margaret, que é a responsável para imunização no município.

Para a cidade de Arcos, segundo Ângela Margareth, foram enviadas 190 doses para o início da vacinação. A meta é vacinar as crianças de 5 a 11 anos, sendo um total de 3.224 crianças em Arcos.   

A imunização será neste próximo sábado (22), a partir das 7:30h, na quadra da Escola Estadual Dona Berenice de Magalhães Pinto.  

Crianças com comorbidades e deficiência permanente

Ângela informou que, primeiramente, será feita a imunização em crianças com comorbidades ou deficiência permanente.

Segundo o Ministério da Saúde, são definidas como comorbidades as seguintes doenças: Doenças Cardiovasculares; Insuficiência cardíaca (IC); Hipertensão pulmonar; Cardiopatia hipertensiva; Síndromes coronarianas; Miocardiopatias e Pericardiopatias; Doença da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas; Arritmias cardíacas; Diabetes mellitus; Pneumopatias crônicas graves; Hipertensão arterial resistente (HAR); Doença Cerebrovascular; Doença renal crônica; Imunossuprimidos (transplantados; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas em uso de corticoides; pessoas com câncer); Anemia falciforme e talassemia maior (hemoglobinopatias graves); e Obesidade mórbida

Apresentação de F da criança

Ângela ressaltou que na hora da vacinação, além de levar o cartão de vacina os pais ou responsáveis deverão levar também o F da criança.

“Os pais devem fazer o F dessas crianças, para que eu consiga digitar e para que depois elas possam ter a carteira digital. É fácil de fazer, é só ir no Correio e fazer o F, seja de qualquer idade”, explicou.

Ela comentou que, caso os pais não consigam fazer o F das crianças, eles devem levar o cartão do SUS atualizado, porém, o preferencial é o F.

Na vacinação das crianças com comorbidades ou com deficiência permanente, os pais ou responsáveis também deverão levar um comprovante ou laudo médico que comprove a comorbidade ou a deficiência física (caso ela não seja visível).

“Tem que ter um treinamento específico, pois a criança terá que ficar em observação por 20 minutos” – Ângela Margareth

Por ser uma vacina diferente da que foi aplicada em adultos, os profissionais da saúde de Arcos precisaram ar por um treinamento. “Para aplicar essa vacina, necessita-se de um novo treinamento, porque ela é uma vacina diferenciada. Eu já fiz esse treinamento e já reei ele na última segunda-feira para as enfermeiras e na última terça-feira foi feita uma capacitação com as técnicas de enfermagem da Atenção Básica”, comentou.

Esse treinamento também foi feito para que os profissionais possam observar as crianças por um período de 20 minutos após a vacinação.

“Ela é uma vacina que exige mais controle. Por isso que tem que ter um treinamento específico, pois a criança terá que ficar em observação por 20 minutos após a aplicação da dose”.  

Intervalo de 15 dias entre outras vacinas

Ângela também explicou que a vacina pediátrica, diferente da vacina contra covid de adultos, não pode ser aplicada próxima de outras vacinas da criança. Com isso, deverá haver um intervalo de no mínimo 15 dias entre as outras vacinas e a de Covid-19.

“É diferente do adulto, pois o adulto pode tomar uma vacina próxima da outra. Já essa pediátrica, não se pode tomar concomitante e tem que ter um intervalo de 15 dias”, explicou.

Com isso, ela alertou para que os pais possam ficar atentos com o calendário vacinal das crianças.

Efeitos adversos

Assim como qualquer outra vacina, a vacina contra a Covid-19 pediátrica também tem seus efeitos adversos. Segundo Ângela, os efeitos são os mesmos que podem acontecer com as demais vacinas.

“Os estudos que foram feitos chegaram à conclusão que todas as vacinas têm o mesmo efeito das outras, é tudo na mesma proporção. Os eventos adversos esperados são as dores, inchaços e vermelhidão no local da injeção”.

Ela também disse que existem os eventos adversos sistêmicos, que são: febre, fadiga, dor de cabeça, calafrio, mialgia, dor no corpo, dores nas articulações e íngua debaixo do braço. “Esses são eventos possíveis e esperados, que muitos adultos também tiveram. Aí é só fazer compressa fria e dar a medicação de costume até melhorar. Mas, tudo costuma desaparecer e melhorar em três dias”, explicou.

Já os eventos adversos graves, como os choques anafiláticos, eles são raros e quando acontecem são na mesma proporção que das outras vacinas. “É muito raro, mas é o mesmo de qualquer outra vacina. Eu tenho 30 anos que trabalho com vacinação e graças a Deus eu nunca peguei um caso de choque”.

Ângela Margareth ressaltou que, se a criança sentir dor no peito depois da vacina ou dor na hora de respirar, os pais devem procurar um médico para avaliar e procurar a Secretaria de Saúde para notificar.

“Então nós iremos seguir direitinho as orientações do Ministério da Saúde. Iremos seguir todos os protocolos, para evitar qualquer erro” – Ângela Margareth

Ao final da entrevista Ângela Margaret comentou que o Ministério da Saúde tem ado todas as diretrizes para a imunização de crianças, e que a Secretaria Municipal de Saúde de Arcos irá se empenhar para seguir todas as orientações.

“Nós estamos seguindo o que o Ministério nos reou e estamos reando essas orientações para os pais. Então nós iremos seguir direitinho as orientações do Ministério da Saúde, iremos seguir todos os protocolos para evitar qualquer erro. Tudo está sendo preparado, as salas estão sendo preparadas e estão sendo feitos os treinamentos. Então, estamos fazendo tudo que é possível dentro do que foi planejado”.

Ela também disse que espera que todos os pais e responsáveis venham aderir a vacina das crianças, assim como tem acontecido na vacinação de adultos.

“Eu acredito que em Arcos temos uma população muito esclarecida quanto a vacinação. No Brasil nós já temos esse histórico de imunização, tanto é que o índice de imunização nossa é alto, não é o que gostaríamos que fosse, mas é um número bom. E Arcos não deixa isso cair, porque em Arcos as pessoas aderem a imunização. Podemos ver isso na vacinação contra a Covid, pois nós a fizemos em tempo recorde, atingimos a meta de 100% na primeira dose e 100% na segunda, do que era previsto para o município e na terceira dose já estamos com mais de 30%. Então, eu acho que a população de Arcos ela abraça bem a ideia porque é uma população muito esclarecida”, finalizou.